segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

repolho assado





já falei aqui um monte de vezes que sou adepta fervorosa de comidas fáceis, rápidas, que não sujam muitas panelas e, óbvio, que são gostosas, né?

repolho é uma verdura/hortaliça ótima de ter em casa, porque a gente compra e ele não estraga, fica lá guardadinho um tempão, até aparecer a oportunidade de ser usado.

bom, eu tinha um repolho na geladeira, esperando pra virar charuto, quando a mariana apareceu aqui em casa com essa receita que nem receita é, de tão fácil!

quer ver?

repolho assado

corte fatias de repolho com mais ou menos 3 cm de espessura.se as folhas estiverem abrindo, "feche-as" com alguns palitos (o meu era muito grande, então parti ao meio).
salpique sal e pimenta do reino, de preferência moída na hora.
regue com azeite.
leve ao forno médio/alto até que esteja macio e a superfície bem dourada, quase marronzinha, pra ficar crocante.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Mousse au chocolat, para lembrar uma amizade

Quando fui para Paris em 2011, passei alguns dias com o Junior, um grande amigo meu que se mudou para lá. Foi ótimo, ele me levou a lugares bem bacanas que não estão em guias de viagem e comemos em vários restaurantes legais.

Ele é uma pessoa com quem tenho tanto assunto, mas tanto assunto, que invariavelmente saímos para jantar e ficamos nos restaurantes até que os garçons praticamente implorem para irmos embora. Isso aconteceu na minha última noite em Paris, quando fomos ao restaurante preferido dele lá, o Chez Janou. Chegamos meio cedo e jantamos (brandade de bacalhau, deliciosa!). A sobremesa foi mousse au chocolat. Achei engraçada a forma de servir: eles te entregam um pote enorme cheio de mousse, e vc mesmo se serve da quantidade que quiser. E pode repetir e repetir, até cansar.

Fomos os últimos clientes do restaurante naquele dia. Nos despedimos na rua e eu fui para Praga já no dia seguinte.

Agora, sempre que penso em mousse de chocolate, penso no Junior e em Paris, nessa ordem.

A receita abaixo é fácil de fazer e não precisa ficar tanto tempo na geladeira. Fiz para a noite do réveillon. O resultado é uma mousse bem firme e densa, muito gostosa. O nome em francês é só uma frescurinha minha. Fica como homenagem ao amigo do coração e àquela última noite em Paris.



Mousse au chocolat
daqui

- 4 ovos em temperatura ambiente, claras separadas das gemas
- 200g de chocolate meio amargo (combinei uma barra 72% de cacau e outra 60%)
- 1 colher de sopa de rum (usei licor de uísque Drambuie, porque era o que tinha à mão** e porque tinha um cheiro gostoso que parecia combinar com chocolate – ficou bom)
- 1/4 xícara de açúcar

Pique o chocolate e, usando uma tigela refratária, leve ao microondas para derreter (vá colocando de 1 em 1 minuto até amolecer, mexendo entre as pausas). Deixe esfriar. Junte a bebida às gemas e depois misture isso ao chocolate já frio ou ainda um pouquinho morno (cuidado, se estiver quente, as gemas vão cozinhar), reserve. Bata as claras e o açúcar na batedeira: assim que ligar a batedeira e as claras começarem a espumar, junte a elas metade do açúcar; quando começar a firmar, jogue o restante do açúcar. Não precisa bater demais, basta que as claras fiquem firmes.
Junte um terço das claras à mistura de chocolate. Quando estiver homogêneo, misture o restante das claras, delicadamente, fazendo movimentos circulares de baixo para cima, apenas o suficiente para incoporar. Se mexer demais, vira um creme. Esta parte não foi muito fácil, pois o chocolate já estava um pouco duro. Mas deu certo.
Distribua em forminhas individuais (se quiser que gele mais rápido) ou em um pote maior, e leve à geladeira por pelo menos 3 horas.

** eu não bebo nada alcoolico, por isso é difícil ter bebidas em casa. Só tenho uma vodca que uso para fazer extrato de baunilha e umas mini garrafinhas de Drambuie. A história das garrafinhas é antiga: meu avô materno, Rubens, trabalhava em uma importadora e de vez em quando levava essas coisas para casa. Ele se foi em 2001, e minha avó Rosa guardava umas garrafinhas desde então, mas ela também não bebe nadica. Outro dia fui à casa dela e resolvi trazer as tais mini garrafas para mim, pensando mesmo em usar para cozinhar. 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Quiche de queijo de minas para recomeçarmos

O ano de 2012 não foi dos mais animados da minha vida. Um monte de coisa aconteceu, é claro, coisas bacanas e coisas ruins, como sempre. Mas cheguei ao fim muito cansada e com aquela sensação de que, no balanço geral, foi um ano estranho. Eu queria que acabasse logo, enfim.

(Sobre isso, um parêntese: é engraçado como vemos as coisas de maneira cíclica. O dia 1º de janeiro é apenas o dia seguinte ao dia 31 de dezembro, mas enxergamos como o fim de um ciclo e o início de outro. Na real, nada muda, mas não dá para escapar da sensação de recomeço. O que tem um lado bom, eu acho. Enfim.)

Um pouco antes do Natal, recebemos a notícia de que meu tio Pio, que vive na Suíça há 12 anos, viria ao Brasil para trabalhar por uns dias e iria passar o fim de ano conosco. O Pio é irmão da minha mãe e não vinha para cá há 5 anos – eu o encontrei em 2011, quando passamos um dia inteiro andando loucamente por Paris (nunca tinha andado tanto na vida, mas valeu cada passo, pelo lugar e pela companhia), mas o resto da família estava desde 2007 sem vê-lo, então dá para imaginar a saudade do povo.

A vinda dele deixou o fim do ano mais bacana para nós. Foi diferente, outros papos, outros ares. Amenizou o calor infernal que fez em Itu no Natal e minimizou um pouquinho os problemas e aflições que tínhamos na cabeça. Falo no plural porque sei que não falo só por mim.

Passamos o Natal em Itu, e eu voltei pra São Paulo um pouco antes do réveillon. Meus pais acabaram ficando em Itu, mas o Pio veio também. Combinei com ele, então, de fazermos um jantarzinho simples na noite do dia 31. Preparei antes uma mousse de chocolate (dou a receita depois) e combinamos de fazer uma quiche de queijo de minas, duas receitas que tínhamos visto no livro que ganhei de Natal da minha avó Rosa.

Bem gostoso e simples, nada de pratos rebuscados. A massa da quiche é mais chatinha de fazer, fácil mas com vários passos, algum tempo de geladeira... O recheio é bem tranquilo. Usamos uma forma pequena demais, sobrou um pouco de massa e de recheio. Aí, por sugestão do Pio, deixamos a massa para lá, colocamos o recheio que sobrou em caçarolinhas e assamos como suflê. Ficou ótimo também, e por isso já decidi que é assim que vou fazer daqui pra frente. Fica a dica.

O Pio voltou para o inverno suíço no dia 1º de janeiro. E nós ficamos aqui, passando calor e já com saudades. Mas começou outro ano, outro ciclo, e estamos todos com as esperanças renovadas. 2013 vai ser melhor para todos nós, não vai?



Quiche de queijo de minas
deste livro aqui

massa
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 150g de manteiga gelada em cubinhos
- 5 colheres de água gelada
- 1 colher de chá de sal

Em uma tigela, misture rapidamente a farinha, o sal e a manteiga gelada, sem derretê-la. Acrescente a água gelada e misture tudo até conseguir formar uma bola. O livro dá a dica para a massa ficar mais crocante: mexa o mínimo possível e deixe pontinhos de manteiga aparentes, sem dissolver na farinha. Embrulhe a massa em plástico e deixe na geladeira por 2 a 24h.
Quando retirar da geladeira, vai estar beeem dura. Para facilitar, eu cortei em 4 pedaços e trabalhei um a um. Mas, de novo: trabalhe bem pouco a massa, deixando-a ainda gelada, para garantir a crocância. Abra a massa com um rolo (ou improvise, como eu tive de fazer: embrulhe uma garrafa de vidro com plástico-filme e use como rolo) sobre uma superfície lisa e enfarinhada, deixando-a em tamanho um pouco maior que a forma que vc vai usar. Enrole a massa no rolo e desenrole na forma, modelando com as mãos, apertando bem os cantos. Corte o excesso de massa com uma faca. Sobre a forma: use aquelas de fundo removível ou então uma forma refratária, com cerca de 20cm de diâmetro; quanto mais altas as bordas, melhor. Usei uma de cerâmica refratária e não precisei untar.
Leve a forma com a massa à geladeira novamente, por 10 minutos. Preaqueça o forno em 200º.
Cubra a massa com papel manteiga e despeje feijões crus sobre ele, para fazer peso ao assar a massa e não deixá-la inflar. Asse até dourar levemente a massa (no meu caso, foram 25 minutos).
Hora de fazer o recheio!

recheio
- 500g de queijo minas frescal amassado com garfo
- 2 colheres de sopa de manteiga derretida
- 5 ovos
- 1 1/2 xícara de leite integral
- 2 colheres de sopa de parmesão ralado
- 1 pitada de noz-moscada ralada na hora
- pimenta do reino moída na hora
- 1 colher de chá de sal (se o queijo estiver muito insosso, pode usar um pouquinho a mais de sal)

Preaqueça o forno em 180º (se vc acabou de fazer a massa, apenas abaixe a temperatura do forno quando começar a preparar o recheio). Bata bem os ovos usando garfo ou fouet. Acrescente o leite, o queijo amassado e a manteiga derretida e misture bem. Acrescente a noz-moscada, a pimenta do reino e o sal. Não se espante: o recheio é super líquido mesmo.
Monte a quiche: sobre a massa, espalhe uma colher de parmesão ralado. Despeje o recheio. Polvilhe com a outra colher de parmesão.  Leve ao forno até dourar (para mim, levou 1 hora). Retire do forno e deixe descansar por uns 15 minutos antes de servir.
Servimos com uma saladinha super simples: alface, rúcula, tomatinhos e palmito. Super bom!